quinta-feira, abril 07, 2005

Carta de amor de um pseudo-intelectual...

Coimbra, 10 de Janeiro de 2005

Minha benquerença:

Estou grávida de nostalgias de vós. No dia que antecede este em que agora temos existência tive um forte devaneio onírico convosco. Estáveis com tal porção de pulcritude, carecido do vosso resguardo para os pedúnculos, desnudado e com as garras nos dinheiros. Eu similarmente lá estava, com uma estética farpela verde-água diáfano, aspergido e unido ao material. Estávamos desacompanhados no meio de nuvens de algodãozinho sacarino. As nossas garras estavam congregadas, assaz congregadas. Os vossos beiços continham uma pigmentação convidativa, e os vossos pectorais deixavam-me alienada. Num ímpeto, contemplastes-me, lúzios nos lúzios. Os vossos lúzios achavam-se de tal modo refulgentes, assim marrom a ausentar-se para o indigo com rajos de relva e uns sulcos rosados. Efectivamente, não concebo personalidade com uns lúzios tão peculiares como os vossos. Justamente, miraste-me nos lúzios e verbalizastes… não verbalizastes peva, porque entrementes o provocador buliu e senti-me forçada por circunstâncias externas a me transferir para uma prelecção enfadonha de METSOPCALAIM - Metodologias Estético-Teóricas da Sociologia da Oficina Portuguesa e Comunidades Audiovisuais Lusófonas da Antiguidade e Idade Média. Oh, mas eu aprecio-vos tanto! Se vós soubésseis o que devaneio efectuar convosco ficáveis mais ruborescido que um testículo! Ou não! Só de vos examinar anafo-me! Precedentemente a vos divisar não afigurava que os monumentos se deslocavam! Estremeço-vos, reverencio-vos, pretendo-vos! Sois tão formoso! O vosso pêlo fulvo às espirais, os vossos inenarráveis lúzios, a vossa penca pontiaguda, as vossas semblantes entufadas, os vossos sobrolhos desgadelhados, o vosso mento proeminente, os vossos cascos sensualmente carcomidos, as vossas garras papudas, a vossa barbela de asqueroso- abrolho, as vossas cílias de meretriz arcaica, as vossas espáduas de varão latino, e reconheço preferível não perseverar…
Convenientemente, meu eros, tenho de concluir agora. Prezo-vos perdidamente, ao infindo e mais arriba, quem me dera que esta treva derramasse um aguaceiro miudinho, que aspergisse o vosso leito e vós viésseis repousar no meu. Ou não!

Ininterruptamente vossa, para indefinidamente e na semana subsequente
A vossa almofadada

1 comentário:

Bola de Sabão Pragmática disse...

txxxiiii...é qualquer coisa mesmo...;)