terça-feira, abril 10, 2007

House e os metrossexuais

Mes amis, fui este Dominguinho de Páscoa comprar o Público, pela razão evidente do título apelativo da Pública, ‘House vai acabar com os metrossexuais?’. Nem que tivesse de ir ao Alentejo mais profundamente ateu e comunista para encontrar um quiosque aberto, tinha absolutamente de ler este artigo. Não sei se sabem, mas sempre me interessei muito pelos padrões comportamentais de ambos os sexos ao longo da história, e essa história dos metrossexuais – com símbolo máximo em David Beckham, aquela coisa oca, musculada e de pele mais impecável que a minha (não que seja preciso muito…) – e depois de uma tendência a que se deu o nome de überssexuais, liderados pelo eterno George Clooney, e agora o meu queridinho Hugh Laurie, que sigo desde o Blackadder vai dar origem a uma nova fase nessa coisa tão complexa que é responder de forma científica aos desejos das mulheres? (por mim, quero a edição especial do Charlie e a Fábrica de Chocolate, se faz favor).

Quem despoleta a polémica é uma tal de Júlia Ward, no blog TVSquad. Supostamente se Beckham é o ideal de homem para a mulher burra (e basta pensar na um dia lindíssima Victoria que está casada com ele), House é o sex-symbol da mulher que pensa. Uau. Obrigado.

Ora bem. Considero-me uma mulher pensante, um bocado pro bipolar e com níveis baixos de estrogénio, ok, mas mesmo assim uma mulher. E sim, o House é o tipo de homem com quem não me importava de passar o resto da vida (e falo da personagem, embora o actor me pareça também muito interessante do ponto de vista psicológico…). Porque é inteligente, porque não sendo necessariamente bonito tem charme, é sarcástico, faz rir, é uma espécie de miúdo grande, tem qualquer coisa muito escondida lá no fundo daquela carapaça rija, vive no meio do caos, gosta de música, toca piano… Como é que os homens não percebem qual é o atractivo de House? Ele é um misantropo por opção, e qualquer rapariguinha que queira mais do que um belo cabide com ‘piwinha’ pras noites frias deseja entrar naquele universo escondido. Um homem com garra, com determinação, que não se gaba de ser tããão inteligente, que não tem qualquer preocupação com o aspecto, que não nos rouba os cremes pra cara… isto sem ser um machista tipo ‘cozinha-me o jantar e remenda-me as meias’. Hello?

Depois o artigo descamba para a comparação óbvia (e admitida por David Shore, que criou a série) entre House e Holmes.

Sinceramente, não percebo o que faz tanta espécie aos membros do sexo masculino. Sim, há tipas que gostam de metrossexuais, outras que gostam de seres pensantes, etc etc. Somos todas diferentes, bolas. Tal como eu me recuso acreditar que todos os seres do sexo masculino iriam de boa vontade pra cama com a Soraia Chaves sem pensar duas vezes. O House é o House e é médico e tem os olhos azuis. Médico. Não nos acusaram sempre de ver o dinheiro à frente de fosse o que fosse? Eis a estabilidade económica. Não percebo como é que ainda ninguém pôs essa questão. ‘Mulher pensante é aquela que se preocupa em assegurar a sua estabilidade económica a qualquer custo, nem que seja através do ordenado do marido’.

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