quarta-feira, junho 13, 2007

Nada duas vezes (Nic dwa razy)

Duas vezes nada acontece
nem acontecerá. E assim sendo,
nascemos sem prática
e sem rotina vamos morrendo.

Nesta escola que é o mundo,
mesmo os piores
nunca repetirão
nenhum Inverno, nenhum Verão.

Os dias não podem ser repetidos,
não há duas noites iguais,
não há dois beijos parecidos,
não se troca o mesmo olhar.

Ontem, o teu nome
em voz alta pronunciado
foi como se uma rosa
me tivessem atirado.

Hoje, ao teu lado,
voltei a cara para a parede.
Rosa? O que é uma rosa?
Será flor? Será rocha?

Porque tu, ó má hora,
me trazes a vã tristeza?
Se és, tens de passar.
Passarás – e daí a tua beleza.

Abraçados, enlevados,
tentaremos vencer a mágoa,
mesmo sendo diferentes
como duas gotas de água.

Wislawa Szymborska (1957)

2 comentários:

Kelita disse...

é que já não bastava eu estar deprimida, agora com este tipo de poemas fofinhos fico com vontade de fazer algo estúpido... (por acaso, não tens por aí o kit suicide, tens?)

outra coisa.. é importante que deixes o pessoal que não tem conta no blogger, fazer comentários. O Rui queria comentar o post da maçã, e não conseguiu...
"vá vale a pena pensar nisto"
LOL

Anónimo disse...

ora...ainda bem k deixas o pessoal k nao tem blog comentar!!!se nao nunca ia poder dizer nada:P
este poema k fala em coisas diferentes faz-m recordar, de certa forma, de umas 4amigas k, bem, mais diferentes n podiam ser...mas k se davam mt bem..(as vezes):P
bj